A LETRA, PRIMEIROS SINAIS
As primeiras formas de escrita consistem em conjuntos de figuras de pessoas, animais e objectos de uso diário. Estas figuras são denominadas "pictogramas" e as mais antigas que se conhecem datam de cerca de 3000 a.C.. Para ler este tipo de escrita não é imprescindível falar a mesma língua da pessoa que fez os pictogramas. Basta reconhecer os símbolos. Mas é fácil interpretar erradamente uma mensagem ou um relato. Para registar e transmitir informação complexa, as sociedades desenvolveram ideogramas, símbolos que representam ideias abstractas. Por exemplo, o desenho de um par de pernas a caminhar pode significar "ir", um céu estrelado pode querer dizer "noite", "escuro" ou "negro". O símbolo talvez se modifique na sua forma, parecendo-se menos com o objecto real em que se baseou, mas continua a manter o mesmo significado.
HISTÓRIA DA TIPOGRAFIA
A palavra tipografia provém do grego "typos"+"graphein", em português denominado "forma"+"escrita". A tipografia é assim o processo de criação na composição de um texto, quer de formato físico ou digital. As técnicas básicas da tipografia são muito usadas em design, sendo que a tipografia conta já com uma história muito vasta de muitos séculos, as primeiras origens talvez mesmo há milénios. A escrita começou com os desenhos, símbolos ou figuras. No entanto, a dificuldade de representar tudo em desenhos levou à criação de se criarem símbolos para representarem as palavras. A escrita sempre trouxe consigo uma forte bagagem cultural, implementando o seu próprio carácter na sociedade. A escrita torna-se um elemento fulcral em alturas com a Revolução Industrial, em que muito foi usada para propaganda, além da indiscutível influência estética em movimentos como Dadaísmo, Futurismo, Constructivismo e Bauhaus.
ROMANOS
No império Romano não existiam formas pré definidas de desenho das letras, da sua proporção, profundidade, grossura do traço ou do desenho da serifa. Inicialmente, as letras Romanas desenhavam-se sem acabamentos terminais e sem qualquer aperfeiçoamento, recorrendo apenas ao pincel, à régua e ao esquadro. Porém, mais tarde, com o uso de ferramentas para trabalhar a pedra, começou a aperfeiçoar-se a letra, desenvolvendo-se terminações designadas por serifas.
A primeira minúscula
A origem da letra minúscula provém da letra romana, designada de cursiva, provém de uma escrita rápida de documentos e de um consecutivo alongamento e compressão das formas da Quadrata. A compressão das letras originou uma perda de legibilidade. Para isto, apareceram uma série de alongamentos ascendentes e descendentes que marcavam pronunciadamente a forma das letras e que fizeram surgir assim a cursiva. Nesta escrita com a cursiva, em textos compactos, a serifa chegou mesmo a desaparecer. A nossa letra minúscula deriva assim da condensação da maiúscula Romana.
Materiais
Apesar da maior parte das representações de letra romana conhecidas serem gravadas em pedra, existem também registos de letras gravadas em metal, como o cobre. Além disso, usavam-se também letras fundidas em metal apoiadas em suportes (como ainda hoje se usa nas designações dos tribunais portugueses). Objectos de metal como medidas de peso e de controlo eram também cunhadas com designações.
As letras eram desenhadas com um pincel, sendo depois gravadas com um cinzel, facto que explica de alguma maneira a variação e a diferença que se verifica entre a grossura e o traço das letras, uma vez que não existiam cânones nem padrões para o desenho. A gravação das letras em pedra proporcionava por vezes um efeito tridimensional, que variava consoante o ângulo de incidência da luz. Quando passada para o papel a letra perdeu este padrão estético.
Questões de hoje como o uso de abreviaturas ou tratamento da pixelização eram já abordadas naquela altura. As abreviaturas usavam-se já na altura por uma questão de economização de tempo e de espaço. Já quanto à pixelização, o uso de mosaicos mais pequenos ou maiores na construção de um painel figurativo regulava a melhor ou pior definição da imagem.
Para recriar a estética dos alfabetos Romanos, existem hoje variadíssimas fontes de computadores representativas da era digital da letra romana. Fontes como Hadriano, Requiem, Ondine são representativas disto mesmo.
Calculava-se que já na época romana as crianças tinham alfabetos de brincar e até mesmo tábuas cobertas com cera de madeira nas quais podiam escrever letras e voltar a apagar.
A LETRA REDONDA - UNCIALIS
A uncialis foi a evolução já tardia da maiúscula romana. Apareceu na época em que o Império Romano estava já em queda e caracterizava-se por letras largas, simples, com um só traço, na maioiria das vezes usando pergaminho para substituir o papiro.A uncialis evoluiu da capitalis quadrata com formas mais arredondadas.
LETRA VISIGÓTICA
Os Visigodos (Godos do Oriente em alemão) foram um povo de origem Escandinava de grande domínio na Europa Oriental no século III. No início do século V os Vândalos e os Suevos invadiram a Península Ibérica. Mais tarde, à sua chegada, os Visigodos tiveram que enfrentar os Suevos e os Vândalos. Um problema surgiu porém na região, na altura chamada de Hispânia devido à religião, uma vez que os Hispânico-romanos professavam o Cristianismo e os Visigodos professavam o Arianismo. Porém, em 589 a questão resolveu-se quando o rei Recaredo I proclamou o Cristianismo como religião oficial da Hispânia Visigótica. A batalha de Guadalete em 711 marca o fim da soberania visigótica quando os muçulmanos no Norte de África invadiram o reino.O reino passou a chamar-se Al-Andaluz.
A letra visigótica escreveu-se na Península Ibérica cristã desde o século IV, como efeito do progesso da letra romana. A letra visigótica utilizou-se na variante cursiva e redonda sendo que ficou na península Ibérica até aos séculos XII - XIII. Ao passo que a variante cursiva se usou para documentos, a variante redonda aparece sobretudo nos livros manuscritos.
Em Portugal, as sés de Braga e Coimbra no século XI foram os primeiros sítios onde a letra visigótica se escreveu.
A letra visigótica teve o seu auge na caligrafia de livros, acabando por sofrer uma decadência no século XI por motivos religiosos.
LETRA CAROLINA
O Imperador Carlos Magno (768 - 814) introduziu a letra Carolina que se propagou no reino Franco e em todo o ocidente cristão. Carlos Magno, apesar de ser praticamente analfabeto, prezava pelo conhecimento e pelo estudo da Antiguidade, dos Gregos e Romanos. Talvez por isto mesmo, a maioria dos documentos latinos e gregos de cultura humanista foram copiados para Carolina e difundidos por vários conventos, tendo em vista a sua análise por parte dos estudiosos.
O abade franco Alcuíno foi o responsável pelo processo de implantação da letra e operador de uma campanha de literacia baseada neste tipo de letra. Est decisão foi em grande parte política uma vez que esta escrita foi deliberadamente imposta para se proceder a uma uniformização da escrita em todas as províncias.
Assim, depois da escrita Romana, a escrita Carolina rapidamente se disseminou e se tornou numa "escrita universal".
A letra Carolina adoptou algumas formas das unciais, letras redondas, de forma regular, separadas de modo a assegurar uma boa legibilidade. Na Península Ibérica, a Carolina chegou já muito tempo depois da sua criação, por volta dos séculos XI - XII. Só após a chegada desta letra, se procedeu à transição da visigótica. A Carolina foi usada até ao século XIV, em expansões tardias desta letra já no termo da Idade Média.
LETRA GÓTICA
A letra gótica teve origem no século XI na Bélgica e no norte de França.Em Portugal, vários conventos registam memórias deste tipo de letra, nomeadamente o Convento de Alcobaça e o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra. A letra gótica caracteriza-se por um estilo fortemente condensado, geométrico, com hastes e descendentes reduzidas o que dava lugar a mais palavras por linha e mais linhas por página. As abreviaturas, em vigor desde a época dos romanos eram também utilizadas nesta época.
As primeiras formas de escrita consistem em conjuntos de figuras de pessoas, animais e objectos de uso diário. Estas figuras são denominadas "pictogramas" e as mais antigas que se conhecem datam de cerca de 3000 a.C.. Para ler este tipo de escrita não é imprescindível falar a mesma língua da pessoa que fez os pictogramas. Basta reconhecer os símbolos. Mas é fácil interpretar erradamente uma mensagem ou um relato. Para registar e transmitir informação complexa, as sociedades desenvolveram ideogramas, símbolos que representam ideias abstractas. Por exemplo, o desenho de um par de pernas a caminhar pode significar "ir", um céu estrelado pode querer dizer "noite", "escuro" ou "negro". O símbolo talvez se modifique na sua forma, parecendo-se menos com o objecto real em que se baseou, mas continua a manter o mesmo significado.
HISTÓRIA DA TIPOGRAFIA
A palavra tipografia provém do grego "typos"+"graphein", em português denominado "forma"+"escrita". A tipografia é assim o processo de criação na composição de um texto, quer de formato físico ou digital. As técnicas básicas da tipografia são muito usadas em design, sendo que a tipografia conta já com uma história muito vasta de muitos séculos, as primeiras origens talvez mesmo há milénios. A escrita começou com os desenhos, símbolos ou figuras. No entanto, a dificuldade de representar tudo em desenhos levou à criação de se criarem símbolos para representarem as palavras. A escrita sempre trouxe consigo uma forte bagagem cultural, implementando o seu próprio carácter na sociedade. A escrita torna-se um elemento fulcral em alturas com a Revolução Industrial, em que muito foi usada para propaganda, além da indiscutível influência estética em movimentos como Dadaísmo, Futurismo, Constructivismo e Bauhaus.
ROMANOS
No império Romano não existiam formas pré definidas de desenho das letras, da sua proporção, profundidade, grossura do traço ou do desenho da serifa. Inicialmente, as letras Romanas desenhavam-se sem acabamentos terminais e sem qualquer aperfeiçoamento, recorrendo apenas ao pincel, à régua e ao esquadro. Porém, mais tarde, com o uso de ferramentas para trabalhar a pedra, começou a aperfeiçoar-se a letra, desenvolvendo-se terminações designadas por serifas.
A primeira minúscula
A origem da letra minúscula provém da letra romana, designada de cursiva, provém de uma escrita rápida de documentos e de um consecutivo alongamento e compressão das formas da Quadrata. A compressão das letras originou uma perda de legibilidade. Para isto, apareceram uma série de alongamentos ascendentes e descendentes que marcavam pronunciadamente a forma das letras e que fizeram surgir assim a cursiva. Nesta escrita com a cursiva, em textos compactos, a serifa chegou mesmo a desaparecer. A nossa letra minúscula deriva assim da condensação da maiúscula Romana.
Materiais
Apesar da maior parte das representações de letra romana conhecidas serem gravadas em pedra, existem também registos de letras gravadas em metal, como o cobre. Além disso, usavam-se também letras fundidas em metal apoiadas em suportes (como ainda hoje se usa nas designações dos tribunais portugueses). Objectos de metal como medidas de peso e de controlo eram também cunhadas com designações.
As letras eram desenhadas com um pincel, sendo depois gravadas com um cinzel, facto que explica de alguma maneira a variação e a diferença que se verifica entre a grossura e o traço das letras, uma vez que não existiam cânones nem padrões para o desenho. A gravação das letras em pedra proporcionava por vezes um efeito tridimensional, que variava consoante o ângulo de incidência da luz. Quando passada para o papel a letra perdeu este padrão estético.
Questões de hoje como o uso de abreviaturas ou tratamento da pixelização eram já abordadas naquela altura. As abreviaturas usavam-se já na altura por uma questão de economização de tempo e de espaço. Já quanto à pixelização, o uso de mosaicos mais pequenos ou maiores na construção de um painel figurativo regulava a melhor ou pior definição da imagem.
Para recriar a estética dos alfabetos Romanos, existem hoje variadíssimas fontes de computadores representativas da era digital da letra romana. Fontes como Hadriano, Requiem, Ondine são representativas disto mesmo.
Calculava-se que já na época romana as crianças tinham alfabetos de brincar e até mesmo tábuas cobertas com cera de madeira nas quais podiam escrever letras e voltar a apagar.
A LETRA REDONDA - UNCIALIS
A uncialis foi a evolução já tardia da maiúscula romana. Apareceu na época em que o Império Romano estava já em queda e caracterizava-se por letras largas, simples, com um só traço, na maioiria das vezes usando pergaminho para substituir o papiro.A uncialis evoluiu da capitalis quadrata com formas mais arredondadas.
LETRA VISIGÓTICA
Os Visigodos (Godos do Oriente em alemão) foram um povo de origem Escandinava de grande domínio na Europa Oriental no século III. No início do século V os Vândalos e os Suevos invadiram a Península Ibérica. Mais tarde, à sua chegada, os Visigodos tiveram que enfrentar os Suevos e os Vândalos. Um problema surgiu porém na região, na altura chamada de Hispânia devido à religião, uma vez que os Hispânico-romanos professavam o Cristianismo e os Visigodos professavam o Arianismo. Porém, em 589 a questão resolveu-se quando o rei Recaredo I proclamou o Cristianismo como religião oficial da Hispânia Visigótica. A batalha de Guadalete em 711 marca o fim da soberania visigótica quando os muçulmanos no Norte de África invadiram o reino.O reino passou a chamar-se Al-Andaluz.
A letra visigótica escreveu-se na Península Ibérica cristã desde o século IV, como efeito do progesso da letra romana. A letra visigótica utilizou-se na variante cursiva e redonda sendo que ficou na península Ibérica até aos séculos XII - XIII. Ao passo que a variante cursiva se usou para documentos, a variante redonda aparece sobretudo nos livros manuscritos.
Em Portugal, as sés de Braga e Coimbra no século XI foram os primeiros sítios onde a letra visigótica se escreveu.
A letra visigótica teve o seu auge na caligrafia de livros, acabando por sofrer uma decadência no século XI por motivos religiosos.
LETRA CAROLINA
O Imperador Carlos Magno (768 - 814) introduziu a letra Carolina que se propagou no reino Franco e em todo o ocidente cristão. Carlos Magno, apesar de ser praticamente analfabeto, prezava pelo conhecimento e pelo estudo da Antiguidade, dos Gregos e Romanos. Talvez por isto mesmo, a maioria dos documentos latinos e gregos de cultura humanista foram copiados para Carolina e difundidos por vários conventos, tendo em vista a sua análise por parte dos estudiosos.
O abade franco Alcuíno foi o responsável pelo processo de implantação da letra e operador de uma campanha de literacia baseada neste tipo de letra. Est decisão foi em grande parte política uma vez que esta escrita foi deliberadamente imposta para se proceder a uma uniformização da escrita em todas as províncias.
Assim, depois da escrita Romana, a escrita Carolina rapidamente se disseminou e se tornou numa "escrita universal".
A letra Carolina adoptou algumas formas das unciais, letras redondas, de forma regular, separadas de modo a assegurar uma boa legibilidade. Na Península Ibérica, a Carolina chegou já muito tempo depois da sua criação, por volta dos séculos XI - XII. Só após a chegada desta letra, se procedeu à transição da visigótica. A Carolina foi usada até ao século XIV, em expansões tardias desta letra já no termo da Idade Média.
LETRA GÓTICA
A letra gótica teve origem no século XI na Bélgica e no norte de França.Em Portugal, vários conventos registam memórias deste tipo de letra, nomeadamente o Convento de Alcobaça e o Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra. A letra gótica caracteriza-se por um estilo fortemente condensado, geométrico, com hastes e descendentes reduzidas o que dava lugar a mais palavras por linha e mais linhas por página. As abreviaturas, em vigor desde a época dos romanos eram também utilizadas nesta época.
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